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sábado, 14 de setembro de 2013

Césio 137 - O brilho da morte e a ação dos policiais.



 Tudo começou em Setembro de 1987 na cidade de Goiânia quando a falta de informação encontrou a irresponsabilidade.
Dois catadores de sucatas vasculhavam as instalações de um antigo hospital, Instituto Goiano de Radioterapia, que já havia sido desativado mas estavam ali à procura de materiais que pudessem ser vendidos. Em uma das salas foi encontrado um antigo aparelho de radioterapia que estava abandonado no local, por saberem que a peça era pesada e poderia ser valiosa a carregaram para casa em um carrinho de mão e alí dariam início à contaminação do que veio a ser o maior acidente radiológico do MUNDO.

 Ao levar o material para casa, os sucateiros não se importavam com o que era e de quem era apenas se interessavam no valor que aquilo viria a ter para ambos.
Ao desmontar a cápsula eles acabaram sendo expostos à 19,26g de cloreto de Césio-137 que, visivelmente, se assemelha ao sal de cozinha e durante a noite apresenta uma cor azulada e brilhosa. Tocaram no isótopo, venderam as peças ao ferro velho, tiveram contato com outras pessoas e por ai foi... Meu intuito aqui não é lhes contar a história afinal vocês devem ter aprendido isso em suas aulas de química e/ou outras disciplinas, caso não conheça eu os aconselho a pesquisarem sobre pois foi algo que mudou a vida de várias pessoas, levando alguns à óbito e outras sofrem até hoje com consequências e descaso de autoridades.

 Na época foram chamados para conter a situação diversos bombeiros, guardas-civis e policiais militares. Estes, foram enviados para as áreas afetadas para conter a movimentação de pessoas nos locais de risco, segundo relatos, com a ordem de superiores que informaram que era somente um VAZAMENTO DE GÁS, ou seja, não informaram os policiais da REAL SITUAÇÃO e como  o conhecimento não era tão abrangente acreditaram e cumpriram seu dever. Ficaram ali por horas e horas, dias e dias  em contato com a contaminação sem proteção nenhuma, trajando somente suas fardas e ingênuidade. A ordem era simplesmente montar guarda no local e não deixar que as pessoas voltassem para as casas condenadas.

 Quando a primeira vítima veio a falecer (Leide das Neves 6 anos) populares tentaram impedir que o sepultamento acontecesse. No cemitério, a garota foi enterrada em um caixão de chumbo e a polícia teve de interver na situação, novamente, estavam lá de prontidão. Com pedaços de cruz, pedras, gritos e esbravejamentos muitas pessoas que eram contra a política nuclear no Brasil fizeram uma algazarra no enterro da garota. Teve confronto entre 'manifestantes' e policiais.

 Hoje, 26 anos depois do acidente, o comandante geral da PMGO resolveu homenagear os guerreiros que trabalharam no local do acidente.


Policiais hoje em dia são subjugados por pessoas que se dizem 'revolucionárias' mas se esquecem que somos os famosos 'pau pra toda obra'.
 Tenho orgulho desses guerreiros que enfrentaram essa situação com honra e não fugiram ao dever. 

Seja para uma simples ocorrência ou para ajudar a conter um acidente nuclear.. Nós estamos aqui!

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